terça-feira, janeiro 31, 2006

Fumar sim, mas a sério.

Bem… antes de começar com as imbecilidades uma pequena introdução: não tenho nada contra fumadores. Não tenho nada contra ex-fumadores (se bem que possam ser uns tipos chatos como eu). Não tenho nada de muito sério contra antitabagistas, acho que não deveriam chatear tanto o pessoal, mas pronto… Até há duas ou três horas atrás os que me faziam confusão eram os fumadores ocasionais.

Fumadores ocasionais: fumam porque acham que é bom, mas não bom o suficiente para fumar regularmente. Porquê? Das duas uma, ou fumam só para o estilo e no fundo no fundo são uns baldes de merda que têm medo de fumar a sério, ou então são uns fumadores querem deixar, mas não têm tomates para o fazer. Estes fumadores são desprezados por todos os outros tipos de fumadores. Pelos convictos pela falta de coragem, pelos ex-fumadores pela falta de coragem, pelos antitabagistas pela falta de coragem.

Durante a minha relação com o tabaco passei por todas estas fases. E foi bom. Gostei de ter fumado regularmente, gostei do prazer que há quando se abre um maço, ou ainda antes quando se sente um cheiro de um fósforo a acender. Ou de um isqueiro… de gasolina, como do “Mangas” e do “Benfiquista-Mor”, ou Bics, como o do “Psicólogo Caprino”, “Amigo de Fátima” ou da “Amiga que dantes chegava atrasada e diz coisas do estilo “Tás a ficar velho!” e que nunca mais disse nada, mas se ler isto e lhe apetecer ligar que ligue.”. E do Violinista Careca. São cheiros que nunca me deixaram e que recordo com saudade.

Agora apareceu-me um novo tipo de fumador pela frente. Fumador chic. Geralmente gaja ou gay. Fuma, mas com o cigarrito na ponta dos dedos tendo o cuidado de não apanhar com o seu próprio fumo, e de não estragar a maquilhagem por causa do cigarro. Dá uma passa aqui e ali, ostenta o cigarro com orgulho, mas tenta afastar todo o envolvente do cigarro de si mesmo.

Fumador que se preze gosta do fumo. Gosta de estar dentro da nuvem de fumo que ele e os seus semelhantes geram. Não se importa de cheirar a tabaco. Tem uma marca predilecta e no máximo pode ter mais uma ou duas para desenjoar. Fuma de manhã quando acorda. Quando caga e antes de ir dormir. Quando não tem mais nada para fazer fuma. Se alguém lhe pede um cigarro, desde que não seja o último, cede. Sabe que vai morrer mais cedo. Quando pensa nisso, diz para si mesmo: “Ainda não é hoje que deixo de fumar…” e acende outro.

1 comentário:

João Tomaz disse...

Palavras sábias de quem adora fumar mas vá-se lá saber porquê deixou... já agora, vai um cigarrinho?
(A alcunha não me assenta mal, não senhor...)